Uma empresária do ramo de lojas de confecções e enfermeira de formação com atuação profissional no município de Maraú, na região baixo sul da Bahia, na conhecida Costa do Dendé, assumiu o pioneirismo no Estado ao confeccionar jalecos, máscaras e camisetas ortopédicas utilizando o tecido antiviral capaz de matar o vírus da Covid-19 em no máximo dois minutos.
A comerciante e enfermeira Nailde Oliveira Ramos Neves, 44 anos, uma mineira de Bertópolis e radicada no balneário baiano de Barra Grande, na Península de Maraú, foi a segunda pessoa na Bahia a adquirir o tecido e está sendo a primeira profissional no Estado a confeccionar máscaras e roupas com o tecido antiviral que oferece maior proteção às pessoas e aos profissionais da área de saúde contra a COVID-19.
Conforme a enfermeira Nailde Neves, a grande vantagem é que, por se tratar de um algodão comum, que é biodegradável, o material que for descoberto não vai fazer mal à natureza. Além de ser descartável, ele poderá ser reutilizável e, mesmo quando for descartado, é biodegradável, ou seja, ainda assim não gera lixo. Ou seja, produtos são colocados em um tecido normal de algodão, para fazer com que esse tecido comum tenha propriedades aprimoradas e atinja até o nível de uma máscara similar à N95. O tecido é desenvolvido para garantir que ele tenha propriedades aprimoradas pelas modificações feitas nele e envolve também a inclusão de papel entre esses produtos com partículas que são antivirais, que vão matar o vírus.
O tecido que vem sendo desenvolvido é chamado hidrofóbico (impermeável). O vírus, normalmente, é transportado através de gotículas, como de saliva, por exemplo, que a pessoa expele. Essas gotículas, ao entrar em contato com esse tecido que está sendo desenvolvido, não conseguem penetrar e vão escorrer. "E se, por acaso, penetrarem, tem uma camada interna que vai conter, com nanopartículas que vão matar o vírus". Nailde Neves explica que a princípio, está confeccionando máscara com três camadas, sendo a primeira de conforto, perto do rosto; a segunda, no meio, incluindo nanopartículas; e a terceira, externa, com um recobrimento hidrofóbico, "que também é biocompatível e biodegradável",
A enfermeira Nailde Neves destaca que o uso de equipamentos de proteção individual é considerado uma das estratégias mais importantes de proteção contra patógenos transmissíveis, principalmente quando ocorre transmissão por aerossol e não há tratamento ou profilaxia eficaz para a doença provocada por esses patógenos em questão. No caso do COVID-19, por exemplo, a OMS emitiu recentemente recomendação para o uso generalizado de máscaras faciais como uma ferramenta importante no controle da disseminação da SARS-CoV-2. Portanto, a atual crise mundial de saúde pública de COVID-19 destacou a necessidade particularmente emergente de materiais que inativem os vírus envelopados em contato para prevenir a transmissão.
Nailde Neves que é casada com o radialista e produtor artístico baiano Aroldo Neves, disse que vivia inquieta com a situação da proliferação do vírus e queria poder fazer algo a mais que pudesse evitar novas tragédias provocadas por este vírus invisível e encontrou no tecido uma solução imediata e eficaz. Segundo a enfermeira Nailde Neves, o objetivo deste trabalho é apresentar um material inovador com alta eficiência bactericida, fungicida e virucida em sua incorporação e aplicação em aplicações têxteis, como materiais à base de algodão que constituem hospedeiros biopolímeros especiais para materiais compósitos. E esclarece que o uso do tecido antiviral, é importante, porque também servirá para estudar a confiabilidade dos AgNPs sinterizados, para testar e analisar sua resposta alérgica, fotoirrritante dermatológica e efeitos fotossensíveis, bem como sua atividade antimicrobiana, fungicida e antiviral.
A enfermeira Nailde Neves adquiriu o material da empresa americana AG+FRESH que possui uma indústria no Brasil, mas precisamente na cidade de São Carlos, na região centro-leste do interior de São Paulo. O AG+FRESH que é referência no conceito em antimicrobiano nanotecnológico, inovou tecnologicamente em tempos de pandemia e, por meio de um estudo com o renomado Centro de Pesquisa em Virologia do Instituto de Ciências Biológicas da USP mostra que tecidos que utilizam a tecnologia AG+FRESH atingem a porcentagem de inibição de 99,99% do vírus em apenas 2 minutos.
Para adquirir jalecos, máscaras e camisetas ortopédicas desenvolvidas no tecido que neutraliza o novo coronavírus o endereço comercial da comerciante e enfermeira Nailde Neves é: Loja Bem-Estar Colchões, Avenida Principal, Praia dos Três Coqueiros, distrito de Barra Grande, município de Maraú – Bahia. Telefones: (73) 9 8232-4950 e 9 8232-4960. O material está sendo confeccionado com disponibilidade tanto para profissionais de saúde quanto para o público em geral.
No último dia 7 de julho de 2020, à Agência Brasil divulgou com exclusividade uma matéria, dando conta que em dois meses, pesquisadores do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio) também vão apresentar um tecido antiviral para máscaras que oferece maior proteção aos profissionais da área de saúde contra a Covid-19. A informação foi confirmada pela professora Renata Simão, dos Programas de Engenharia de Nanotecnologia e de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Coppe. O tecido está sendo produzido no Laboratório de Engenharia de Superfícies da Coppe/UFRJ -, na cidade do Rio de Janeiro. (Por Athylla Borborema)